Page 12 MAPEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO
P. 12






ecológico local. Assim, nesse contexto de consumo, às vezes predatório, das
paisagens, aceitei o convite para escrever este livro, com o propósito principal
de facilitar o olhar sistêmico para o maior número de pessoas possível, e de
sensibilizar atores engajados na prática do uso consciente das paisagens.
Inicialmente esse convite se revelou um grande desafio, pois muitas dúvidas
me vieram à mente: que linguagem utilizar? qual seria o público leitor? o
que incluir ou deixar fora, já que é um tema tão abrangente?
Optei por adotar uma linguagem técnica, mas não sisuda, dotada de
transparência, em que são incluídas certezas, dúvidas e incertezas com
um viés de aplicabilidade e praticidade. A ideia não foi gerar uma “receita
pronta”, mas dar espaço para novas formas de enxergar a paisagem, reali-
zando registros com boa fundamentação e rastreabilidade, de forma que
o resultado tenha utilidade para todos os atores de determinado espaço
geográfico. Muita bibliografia de qualidade, não foi possível incluir. Os
tantos bons autores nesse vasto tema me perdoem por isso, pois mesmo
que vários tenham sido lidos e contemplados, não é objetivo esgotar todos
os pontos de vista anteriores para desenvolver o conteúdo deste livro.
Este livro, portanto, não visa ser um compêndio científico sobre
Ecologia da Paisagem que, conforme já mencionado, é assunto interminável.
Quer, isto sim, instrumentalizar todos aqueles que buscam uma “segunda
opinião” sobre as possibilidades temáticas e de manejo (ou transformação)
“sustentável”, referente aos valores ambientais no universo geográfico
considerado. Base serão os apontamentos registrados em estudos, artigos e
minhas cadernetas de campo (talvez meu maior patrimônio), filtrando entre
o que deu certo e o que não deu — sem, contudo, engessar as metodologias
apresentadas como única possibilidade. Muito pelo contrário, pretendo aqui
expor a experiência acumulada com projetos de manejo e entendimento
integrado de paisagens, em seu âmbito mais abrangente.
O público a quem este livro se dirige é consequência da curiosidade de
cada um. Concorrem desde o leigo interessado no ambiente que o circunda
até o professor universitário e aluno que buscam uma leitura alternativa.
Como é de cunho prático, quer atingir especialmente o seleto grupo dos
obreiros de disciplinas afins e aqueles que devem respostas contundentes à
sociedade, na qual se exigem a rastreabilidade geográfica e o entendimento
profundo das funções ecológicas da paisagem. O conteúdo deste livro pode
acrescentar dicas práticas, egressas, da lida de longas décadas, intercalando
   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17