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HOLDERCIM BRASIL S.A. - PEDRO LEOPOLDO - MG - HOL01001.DOC
CONCEPÇÃO DE USO FUTURO DA MINA FAZENDA CAMPINHO E ÁREAS PERIFÉRICAS
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2 - CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL DE MEIO AMBIENTE
2.1 - Posição geográfica e aspectos da paisagem estudada
A área em estudo se insere na região cárstica de Lagoa Santa (
sensu latu
), localizada
a 40 Km ao norte de Belo Horizonte, mais precisamente na bacia de drenagem do
córrego Samambaia, município de Pedro Leopoldo, MG. Limita-se a sul com a
depressão poligonal dos Borges, a leste com mais duas depressões fechadas e a oeste
com as vertentes da serra dos Ferradores. A norte e nordeste faz divisa com uma
depressão poligonal aparentemente não conectada com a bacia do córrego
Samambaia, mas sim com a bacia de drenagem Palmeiras/ Mocambo.
Biogeograficamente, o planalto de Lagoa Santa situa-se em zona transicional de dois
domínios fitogeográficos, Mata Atlântica e Cerrado (IBGE, 1993), e na província
faunística Cariri-Bororó (MELLO-LEITÃO, 1980).
As formações vegetacionais deste planalto foram classificadas por WARMING em 1892
( WARMING & FERRI, 1973), como primitivas ou naturais, e secundárias ou
in
introduzidas. As matas cobriam margens de cursos d’água e afloramentos rochosos
calcários; campos e cerrados revestiam superfícies aplainadas e solos menos férteis;
brejos e lagoas ocorriam em várzeas; enquanto lavouras e pastagens substituíram estes
ambientes em locais aplainados.
A maior peculiaridade paisagística regional, contudo, corresponde a enclaves de
vegetação decídua (semelhante à caatinga), sobre afloramentos calcários. Estes
enclaves seriam originados de processos de expansão e retração dos climas secos, ao
longo da evolução do continente sul-americano (AB’SABER, 1977).
A despeito das profundas alterações desta paisagem primitiva, a distribuição original
dos biótopos pode ser percebida pela composição de seus fragmentos remanescentes.
A paisagem foi modificada a partir do século XIX (WARMING, 1892), com desmates
extensivos para a implantação de pastagens (em prol do uso pecuário), retirada seletiva
de madeira nobre e carvoejamento, além da extração de ouro em depósitos aluvionares
(WALTER, 1948). Estas atividades incidiram, especialmente, sobre zonas aplainadas e
margens de cursos d'água, como nas várzeas do ribeirão da Mata e rio das Velhas. Os
afloramentos rochosos dificultavam o acesso, apesar da exploração de salitre em
diversas grutas (LUND, 1935).
Nas últimas décadas, entretanto, os afloramentos vêm recebendo usos intensivos com
a importância econômica do calcário, pondo em risco a conservação dos remanescentes
florestais a eles associados. Antigas fazendas foram transformadas em pólos
agropecuários, em chácaras de recreação e em loteamentos urbanos (inadequados,
sem infra-estrutura e saneamento). Estes últimos, a partir da década de 80,
intensificaram-se com a abertura e duplicação de rodovias e eixos de circulação,
conseqüentes da criação do Aeroporto Internacional de Confins (KOHLER & MALTA,
1991).
Recentemente, foi criada pelo Governo Federal a APA (Área de Proteção Ambiental)
Carste de Lagoa Santa, inserida nos municípios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo,
Matozinhos, Funilândia e Confins, com uma área de 35.600 ha (Decreto 98.881, de 25
de janeiro de 1990).
CONCEPÇÃO DE USO FUTURO DA MINA FAZENDA CAMPINHO E ÁREAS PERIFÉRICAS
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2 - CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL DE MEIO AMBIENTE
2.1 - Posição geográfica e aspectos da paisagem estudada
A área em estudo se insere na região cárstica de Lagoa Santa (
sensu latu
), localizada
a 40 Km ao norte de Belo Horizonte, mais precisamente na bacia de drenagem do
córrego Samambaia, município de Pedro Leopoldo, MG. Limita-se a sul com a
depressão poligonal dos Borges, a leste com mais duas depressões fechadas e a oeste
com as vertentes da serra dos Ferradores. A norte e nordeste faz divisa com uma
depressão poligonal aparentemente não conectada com a bacia do córrego
Samambaia, mas sim com a bacia de drenagem Palmeiras/ Mocambo.
Biogeograficamente, o planalto de Lagoa Santa situa-se em zona transicional de dois
domínios fitogeográficos, Mata Atlântica e Cerrado (IBGE, 1993), e na província
faunística Cariri-Bororó (MELLO-LEITÃO, 1980).
As formações vegetacionais deste planalto foram classificadas por WARMING em 1892
( WARMING & FERRI, 1973), como primitivas ou naturais, e secundárias ou
in
introduzidas. As matas cobriam margens de cursos d’água e afloramentos rochosos
calcários; campos e cerrados revestiam superfícies aplainadas e solos menos férteis;
brejos e lagoas ocorriam em várzeas; enquanto lavouras e pastagens substituíram estes
ambientes em locais aplainados.
A maior peculiaridade paisagística regional, contudo, corresponde a enclaves de
vegetação decídua (semelhante à caatinga), sobre afloramentos calcários. Estes
enclaves seriam originados de processos de expansão e retração dos climas secos, ao
longo da evolução do continente sul-americano (AB’SABER, 1977).
A despeito das profundas alterações desta paisagem primitiva, a distribuição original
dos biótopos pode ser percebida pela composição de seus fragmentos remanescentes.
A paisagem foi modificada a partir do século XIX (WARMING, 1892), com desmates
extensivos para a implantação de pastagens (em prol do uso pecuário), retirada seletiva
de madeira nobre e carvoejamento, além da extração de ouro em depósitos aluvionares
(WALTER, 1948). Estas atividades incidiram, especialmente, sobre zonas aplainadas e
margens de cursos d'água, como nas várzeas do ribeirão da Mata e rio das Velhas. Os
afloramentos rochosos dificultavam o acesso, apesar da exploração de salitre em
diversas grutas (LUND, 1935).
Nas últimas décadas, entretanto, os afloramentos vêm recebendo usos intensivos com
a importância econômica do calcário, pondo em risco a conservação dos remanescentes
florestais a eles associados. Antigas fazendas foram transformadas em pólos
agropecuários, em chácaras de recreação e em loteamentos urbanos (inadequados,
sem infra-estrutura e saneamento). Estes últimos, a partir da década de 80,
intensificaram-se com a abertura e duplicação de rodovias e eixos de circulação,
conseqüentes da criação do Aeroporto Internacional de Confins (KOHLER & MALTA,
1991).
Recentemente, foi criada pelo Governo Federal a APA (Área de Proteção Ambiental)
Carste de Lagoa Santa, inserida nos municípios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo,
Matozinhos, Funilândia e Confins, com uma área de 35.600 ha (Decreto 98.881, de 25
de janeiro de 1990).