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CONCEPÇÃO DE USO FUTURO DA MINA FAZENDA CAMPINHO E ÁREAS PERIFÉRICAS
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Destacam-se, inicialmente, no topo desse compartimento, morros alongados
localmente, na forma de maciços calcários, que podem atingir cotas superiores aos
800m. Em seguida, entre as cotas 780- 740, surgem os campos de dolinas, ou seja, um
conjunto de bacias fechadas que podem atingir de poucos metros a centenas de metros
de largura e de poucos a dezenas de metros de profundidade. Essas formas são
caracterizadas por múltiplos pontos de infiltração (sumidouros) e por drenagens
autogênicas (nascem dentro do domínio cárstico) e centrípetas, as quais estão limitadas
por divisores de águas superficiais, formando um conjunto de polígonos irregulares.
Após essa faixa, também denominada de planalto de dolinas por KOHLER (1989),
ocorrem diversas depressões fechadas mais amplas, do tipo uvalas, que podem formar
lagoas temporárias entre as cotas 740-700m. Na realidade são áreas de descarga
sazonais e locais, em função da existência de diversos aqüíferos (sub-bacias) cársticos.
Nesse sentido, listam-se as lagoas de Confins, Borges, Lapa Vermelha, Macacos e
Santo Antônio.
Hidrologicamente, essas morfologias funcionam também como áreas de recarga hídrica
(áreas de infiltração), tendo função muito importante no arranjo e dinâmica do sistema
de circulação subterrânea, predominante na região.
Na realidade, os sistemas aqüíferos em ambientes cársticos assumem características
distintas de comportamento, de acordo com o período climático vigente, obedecendo
assim a uma dinâmica totalmente dependente das condições morfo-estruturais e de
circulação dos fluxos hídricos. Os regimes de descarga e recarga variam local e
sazonalmente, podendo as depressões funcionarem ora em um regime, ora em outro.
O compartimento das
Grandes Depressões Cársticas
consiste em duas áreas: a
planície de Mocambeiro, constituída por um conjunto de lagoas (Mocambeiro, Cerca de
Achas, Brejo, Vargem da Pedra, dentre outras) e a planície do córrego Samambaia/
lagoa do Sumidouro.
Trata-se do compartimento mais baixo do carste de Lagoa Santa, possuindo cotas
geralmente inferiores a 700m. Caracteriza-se por ser uma área ligeiramente ondulada,
recoberta por solos e material coluvionar. Na terminologia cárstica, essas grandes
depressões fechadas são chamadas de
poljes
. Atualmente, aceita-se a idéia de que os
poljes
evoluam particularmente pela dissolução de suas bordas, devido ao barramento
ou à inibição dos processos de rebaixamento do relevo (vetor vertical), provocados pela
impermeabilização do fundo das depressões por sedimentos argilosos, litologias não-
carbonáticas ou proximidade do nível de base.
Do ponto de vista hidrológico, essas áreas são tipicamente de descarga de aqüíferos
cársticos, ou seja, recebem as águas subterrâneas vindas do planalto cárstico, antes do
desaguamento no rio das Velhas, nível de base regional. Normalmente são rasas e
amplas, sendo ocupadas por lagoas temporárias, que representam o nível de base local.
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