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MINAS DE IPANEMA E FELICÍSSIMO - PLANO DE FECHAMENTO
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Atualmente encontram-se poucos remanescentes destas florestas na região, dispersos
em pequenos fragmentos de mata secundária, raramente com área superior a 20-30
hectares. Neste cenário, destaca-se o grande remanescente florestal que cobre a
Serra de Araçoiaba, que conta com mais de 1.300 hectares de mata, sendo portanto
um dos maiores fragmentos florestais de todo o interior do Estado de São Paulo. A
maior parte deste fragmento se insere na Floresta Nacional de Ipanema (FLONA de
Ipanema), Unidade de Conservação criada em 1992 e controlada pelo Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
Este grande remanescente florestal apresenta características típicas de Floresta
Mesófila Semidecídua, com sazonalidade marcada por um período em que parte das
espécies perde as folhas, em geral de abril a setembro, época mais fria e seca do ano.
A floresta da Serra de Araçoiaba é semelhante àquela que cobre a Serra do
Japi, situada cerca de 70 km a leste, que teve diversos de seus aspectos descritos
em MORELLATO (org.), 1992.
As Florestas Mesófilas Semidecíduas e Transicionais, como as que ocorrem na região
da Fazenda Ipanema, apresentam um conceito ecológico relacionado ao clima de
duas estações, uma chuvosa e outra seca, diferindo das formações Ombrófilas pela
caducifolia sofrida durante a época mais seca do ano. Cerca de 20 a 50% de suas
árvores perdem as folhas. As Florestas Mesófilas Maduras, em geral, apresentam-se
bem estratificadas, com nítida separação entre os estratos arbóreo e arbustivo, dossel
bem definido, presença de árvores emergentes e composição específica muito variada
e regionalizada, ou seja, algumas espécies, ou associações de espécies, predominam
em determinadas regiões e estão completamente ausentes em outras.
Entre as espécies típicas do estrato arbóreo das formações climáxicas, destacam-se:
angico (
Anadenanthera
spp), peroba (
Aspidosperma
spp), jequitibá (
Cariniana
spp),
cedro (
Cedrela fissilis
), araribá (
Centrolobium tomentosum
), copaíba (
Copaifera
langsdorfii
), Pindaíba (
Duguetia lanceolata
), figueira (
Ficus
spp), pau-d’alho (
Gallesia
integrifolia
), jatobá (
Hymenaea coubaril
), sapucaia (
Lecythis
spp), açoita-cavalo
(
Luehea divaricata
), embira-de-sapo (
Lonchocarpus
spp), jacarandá (
Machaerium
spp), canela (
Nectandra
spp,
Ocotea
spp), pau-jacaré (
Piptadenia gonoachanta
) e ipê
(
Tabebuia
spp).
Esse tipo de floresta é bastante comum na América do Sul, ocorrendo desde o norte
da Argentina e Paraguai até os estados de Goiás, Minas Gerais e sul da Bahia
(LEITÃO-FILHO, 1992). Em função da alta densidade de ocupação antrópica na
região, restam hoje poucos remanescentes deste tipo de floresta, formando uma área
extensa de mata contínua. O remanescente florestal que cobre a Serra de Araçoiaba,
embora apresente áreas de mata madura, com porte alto e copas sobrepostas
formando um dossel continuo, é predominantemente composto por mata secundária,
em diversos estágios de sucessão. Estas matas secundárias sofreram intervenções
antrópicas ao longo do processo de ocupação da região, tendo sido provavelmente
utilizadas como fonte de madeira, lenha (existem fornos de cal na região, além da
primeira fundição de ferro no Brasil) e caça alem de ter sido parcialmente derrubada
para dar lugar a cultivos e pastagens.
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