Page 19 MAPEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO
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MAPEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO: PRÁTICAS EM ECOLOGIA DA PAISAGEM


Qual é o tecido ecológico da paisagem, afinal, do qual falamos nas
páginas seguintes, e qual a escala geográfica a ser adotada?
A imagem final, quando olhamos para um mapa elaborado nos pre-
ceitos da Ecologia da Paisagem, está muito próxima a um tecido estampado,
ou mesmo, uma colcha de retalhos bem colorida. Trata-se do somatório das
denominadas unidades funcionais da paisagem, que acabam por definir um
mosaico que permite uma leitura mais ordenada dos componentes, com
“assinatura” ambiental homogênea, que interagem em um determinado
território. Há inúmeros métodos e nomenclaturas que definem essas unida-
des homogêneas da paisagem. As grandes linhas científicas a respeito desse
tema foram geradas por várias escolas. Entre as principais, encontram-se
as denominadas “Escola Europeia” (com especial geração de metodolo-
gias na França, Rússia, Reino Unido, Portugal, Holanda e Alemanha) e a
“Escola Norte-Americana”, incluindo o Canadá como grande contribuinte
em artigos científicos. Também no oriente (Índia, China, Japão), na África
do Sul, na Austrália, Nova Zelândia, há excelentes métodos que, na área
da Geografia, da Biogeografia ou da Ecologia da Paisagem, criaram fór-
mulas próprias de mapear unidades funcionais da paisagem, sob as mais
diversas nuances. Outrossim, pode-se falar também de uma “Escola Brasi-
leira”, que, com mérito próprio, vem incrementando em universidades, mas
também no âmbito técnico profissional, ferramentas extremamente úteis
para o entendimento ecológico das paisagens. Não é objetivo aqui citar ou
apresentar uma revisão bibliográfica dos principais autores, nem de suas
acepções diversas, que dominam ou criaram os métodos referentes a essas
“escolas”. O que observamos é que todas as linhas adotadas possuem boa
fundamentação, cada qual com um ponto de vista diferente, algumas delas
com vários pontos em comum, e todas voltadas para o aperfeiçoamento
dos registros integrados de paisagens.
Entre tantos métodos de análise ecológica da paisagem destacamos
aqui dois, com terminologias já bastante internalizadas no âmbito nacional
e internacional:

— Mapeamento de Geoambientes ou Geosistemas que são leituras resultan-
tes da combinação de fatores geomorfológicos, climáticos e hidrológicos
(BERTRAND, 1971), no qual pode-se distinguir o potencial ecológico
de uma paisagem por unidades também denominadas de geofácies e
geótopos (a menor unidade), voltada para o enfoque das características
geográficas e também utilizado para o planejamento territorial.



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