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HOLDERCIM BRASIL S.A. - PEDRO LEOPOLDO - MG - HOL01001.DOC
CONCEPÇÃO DE USO FUTURO DA MINA FAZENDA CAMPINHO E ÁREAS PERIFÉRICAS
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2.4 - Aspectos gerais da cobertura vegetal da região
A região da mina de calcário da Holdercim localiza-se em zona de influência de dois
domínios fitogeográficos: os cerrados, que se estendem a norte e oeste, em direção ao
planalto central brasileiro, e o da floresta atlântica, que ocupa as regiões a sul e a leste,
estendendo-se em direção ao litoral do país (AB’SABER, 1977; FERRI, 1980; IBGE,
1993). Além de elementos típicos destes dois biomas, a região apresenta inserções de
formações xerófitas, típicas da região das caatingas, sobre os afloramentos calcários.
O primeiro estudo sobre a cobertura vegetal da região foi realizado por Eugenius
Warming entre os anos de 1863 e 1866 (WARMING & FERRI, 1973) abrangendo
principalmente o município vizinho de Lagoa Santa. O autor lista diversas espécies
vegetais indicando seu hábito, estrato e principais tipologias onde ocorrem.
Mais recentemente, BRANDÃO
et al
(1993) fizeram um relato florístico da lagoa dos
Mares, localizada em Pedro Leopoldo, e PEDRALLI & MEYER (1994) descreveram de
forma geral a vegetação da região. Com maior detalhe de informações sobre a biota da
região, FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS/CPRM (1996) desenvolveram estudos florísticos
e fitossociológicos em diferentes formações vegetais, indicando a ocorrência das
seguintes tipologias: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual,
Cerrado, transições entre estas, vegetação sobre afloramento calcário, vegetação em
áreas úmidas (brejos e macrófitas aquáticas) e vegetações antrópicas.
Atualmente, grande parte desta região encontra-se como pastagens, sendo poucas as
formações vegetais nativas. Mesmo estas já sofreram algum tipo de intervenção,
estando em suas seres secundárias. O relevo pouco acidentado e o solo de boa
fertilidade impulsionaram as atividades agropecuárias em detrimento das formações de
florestas mesófilas e cerrados. Nas últimas duas décadas, a construção do Aeroporto
Internacional de Confins estimulou a abertura e duplicação de rodovias e eixos de
circulação, ao longo dos quais surgiram loteamentos sem infraestrutura ambiental e de
saneamento (KOHLER & MALTA, 1991), aumentando a pressão sobre os ecossistemas
naturais.
Os remanescentes florestais concentram-se, principalmente, sobre os afloramentos
calcários, que por suas características topográficas e edáficas, têm restringido sua
ocupação e dificultado as derrubadas das árvores. No entanto, a expansão das
atividades mineradoras na região tem alterado essa paisagem.
De forma geral, todas as formações remanescentes encontram-se empobrecidas,
devido à exploração de madeiras nobres, carvoejamento e pisoteio pelo gado. Mesmo
as áreas sujeitas a restrições legais, como as de preservação permanente e as reservas
legais das propriedades, conforme o Código Florestal, encontram-se alteradas ou
completamente destituídas de cobertura vegetal nativa.
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